Casal gay adota quatro crianças com deficiência: "não poderíamos estar mais felizes"

Garry e Kyle Ratcliffe, duas pessoas de grande coração, decidiram adotar quatro crianças, cada uma delas com patologias complexas e limitantes, para lhes dar a melhor vida possível.

"Quando vi um anúncio no jornal local de um garotinho procurando um 'lar para sempre', imediatamente enviei meu pedido e liguei para Kyle para contar o que havia feito. Sua voz ao telefone era cheia de emoção. Começou a fazer perguntas, sobre como era o bebê do anúncio, que voz ele tinha, o que ele gostava de fazer. E finalmente ele me perguntou qual era o nome dele", disse Garry.

via Mirror

"Respondendo àquele anúncio, chegou Haydn, um menino de seis anos, com paralisia cerebral e cadeira de rodas: ele estava cheio de tristeza e perguntas. Ele foi o primeiro filho que pegamos em um orfanato com guarda temporária e, depois de alguns anos, também se tornou o primeiro que adotamos. Nos anos seguintes, de fato, percebemos que não éramos particularmente bons como pais temporários: continuamos a adotar as crianças que teriam que ficar apenas por um curto período", continuou o pai .

Depois de Haydn, o casal decidiu adotar outras crianças: “Curtis, ou Curly como o chamamos, veio depois de Haydn quando ele tinha apenas 12 semanas. Ele tem um conjunto complexo de necessidades e não era esperado que completasse seu primeiro aniversário, as irmãs biológicas Bella e Phoebe, chegaram juntas. Bella tem síndrome de Down e Phoebe não tem patologia, mas o vínculo entre as duas é uma verdadeira maravilha de se ver. Como poderíamos "devolvê-las" ou permitir que elas se separassem? Não poderíamos fazer isso".

A família maravilhosa se autodenominou "completa" logo após a adoção dos pequenos: "em 2014 nos tornamos uma família de seis. Éramos dois pais que não sabiam o que estavam fazendo, com quatro filhos fantásticos, cheios de esperança e amor para dar. Cuidar de quatro filhos adotivos pode ser bastante difícil, mas com três deles sofrendo de deficiências graves e complexas, o trabalho é certamente ainda mais difícil".

A doença dos filhos não impediu que o casal ficasse ainda mais unido: "nós dois lidamos com a situação de maneiras diferentes. Eu precisava conversar muito. Kyle ficava calado, tinha suas ideias e só as compartilhava quando ele estava completamente pronto. No entanto, sempre estivemos juntos, apoiando um ao outro nos dias em que era difícil ver um caminho claro a seguir. Hoje Haydn tem 18 anos e nossos corações se enchem de alegria com o quão engraçados são os quatro. Somos orgulhosos do fato de que amam a vida e orgulhosos de sua determinação em aproveitar todas as oportunidades".

"Antes do confinamento, nossos amigos e familiares nos consideravam loucos porque nós seis fizemos uma viagem de quatro dias a Amsterdã: tomamos sorvete e pegamos barcos nos canais para ver o mundo passar. A necessidade de nossos filhos nunca nos impede de fazer algo".

No entanto, toda viagem exige um planejamento muito cuidadoso: "temos que tomar cuidado com a dependência de Curly ao oxigênio, bem como sua dieta mista (alimentada por um tubo na barriga). Depois, temos que estocar fraldas para três de nossos quatro filhos, que são duplamente incontinentes e carregamos tantos medicamentos conosco que poderíamos abrir nossa farmácia local. Tudo isso nos lembra de não viajar com pouca bagagem".

Mas a família nunca desanimou: "o planejamento e as poucas malas extras sempre valem a pena".