Ele se formou aos 80 anos, pela segunda vez: "estudar me salvou após a perda da minha esposa"

por Roberta Freitas

18 Maio 2022

Ele se formou aos 80 anos, pela segunda vez: "estudar me salvou após a perda da minha esposa"
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Recuperar livros escolares ou universitários depois de uma certa idade não é fácil, - o cérebro não está mais treinado para aprender novos conceitos todos os dias e pode ser difícil iniciar um novo caminho de treinamento. Em alguns casos, porém, pode ser uma verdadeira salvação, apesar de todas as dificuldades a serem enfrentadas. É o caso do Sr. Fernando Armellini, nascido em 1942, que depois de muitos anos decidiu se matricular na universidade e fazer uma segunda faculdade. Por que ele fez isso? Principalmente para combater a dor pela morte de sua esposa, uma perda que deixou um vazio intransponível nele, mas que os estudos conseguiram preencher em parte.

via Repubblica

Pexels / Not the actual photo

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Fernando Armellini voltou às salas de aula da universidade para recomeçar os estudos, paixão que sempre teve desde menino. O Sr. Fernando se formou em Direito durante a sua juventude e, ao longo de sua vida, atuou como gerente de negócios nos setores de construção e distribuição de grande porte. Durante 51 anos viveu ao lado da sua cara-metade que, infelizmente, partiu antes dele. Uma dor que parecia intransponível e que talvez realmente seja: como você aceita a morte da sua parceira de vida? O Sr. Fernando teve a oportunidade de seguir dois caminhos, depois de ficar viúvo: "uma dor enorme, que ainda hoje não encontra consolo. Me vi em uma encruzilhada: ou depressão ou estudo, pelo qual sempre tive uma grande dedicação".

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Pubblicato da Corriere dell'Alto Adige su Martedì 10 maggio 2022

Depois de ter ficado viúvo, portanto, Fernando se matriculou na Universidade de Trento, onde fez mestrado em filosofia, com uma tese voltada para as obras do filósofo alemão Günther Anders. Fernando, na casa dos 80 anos, explicou como se sentiu ao retornar à sala de aula e como foi se relacionar com outros alunos mais novos: "entrei na sala de aula e me senti desconfortável: os outros alunos me confundiam com o professor. Tirando o período do Covid, sempre acompanhei as aulas pessoalmente. Confesso, foi difícil: passava de 10 a 12 horas por dia estudando, consegui terminar no prazo”.

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Ao acompanhar as aulas presenciais, Fernando também percebeu a incrível diferença entre os jovens de hoje e do passado, sentimento talvez ainda mais acentuado pela pandemia: "as relações entre os jovens de hoje são muito diferentes, não vejo o sentimento que tinha antes: senti tanta solidão, tanto vazio”.

Talvez devêssemos refletir sobre as palavras do Sr. Fernando e recomeçar daqui.

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