"Já não aguentava mais o som da sua voz": as palavras de uma mãe exausta acendem o debate
Já lhes dissemos no passado como a maternidade pode ser uma faca de dois gumes: por um lado, é uma das maiores bênçãos que a Mãe Natureza concedeu ao ser humano, por outro, criar, educar e cuidar de um ou mais filhos nunca é fácil. São muitas as mães que recorrem à psicoterapia ou decidem desabafar nas redes sociais para tentarem analisar as suas frustrações e o seu cansaço físico e mental depois de um longo dia em que sacrificaram muito do seu tempo para cuidar dos filhos...
via Suka Nasrallah
Muitos desses gritos de socorro são recebidos com empatia e compreensão pelas pessoas, enquanto outros não fazem nada além de acusar essas mães exaustas de serem negligentes com seus filhos e não ter instinto maternal e nem espírito de sacrifício e resignação. Infelizmente, a questão nem sempre é tão simples. A escritora britânica Suka Nasrallah disse em um post no Facebook que, às vezes, é muito difícil criar três filhos, e que o trabalho de uma mãe pode ser exaustivo, a ponto de se ter a sensação de "odiar" os filhos.
Estas são as palavras publicadas por Suka que fizeram os internautas pensarem muito: '67 vezes. Ele me chamou 67 vezes enquanto eu estava tomando banho. Na verdade comecei a contar pela metade, para manter a calma e não gritar, então foi provavelmente mais de 67 vezes (...) 67 vezes eu o ouvi gritar 'mamãe' e bater na porta do banheiro, enquanto eu relaxava embaixo do jato de água quente e me afogava em minhas lágrimas, pois não aguentava mais o som de sua voz e nem tinha vontade de responder'.
Tudo o que Suka queria eram apenas 10 minutos para si mesma, e certamente sua reação não tem nada a ver com o amor infinito que ela sente por seus três filhos; no entanto, estar à beira de um colapso psicofísico não é uma condição fácil de lidar para uma mãe que tem a sensação de que sacrificou tudo, talvez demais de si mesma para manter a família: "Tudo o que eu queria eram 10 minutos para mim mesma, mas claramente era pedir muito (...) 67 vezes aquela palavra soou nos meus ouvidos. É por isso que as mães são tão instáveis às vezes. É por isso que ficamos acordadas até tarde, sabendo que nos arrependeremos na manhã seguinte. Por isso reagimos mal facilmente. Por isso somos tão sensíveis".
O testemunho comovente de Suka mostra mais uma vez o quanto o trabalho de uma mãe não é nada fácil: ser capaz de combinar a criação dos filhos com o trabalho e os espaços pessoais é um trabalho muito difícil. Frequentemente, essas mães ocupadas e exaustas nunca são compreendidas e, muitas vezes, são inevitavelmente apontadas como mulheres egoístas, sem instinto maternal e força de vontade.
Mas a realidade é que isso nunca é realmente assim, todos os seres humanos precisam de um pouco de tempo para si e para descansar, principalmente as mães.
Se conhecermos uma mãe que tem dificuldade em conciliar a vida privada com os espaços pessoais, vamos oferecer para ela uma mão, fazer com que sinta a nossa proximidade e a nossa compreensão. Faça com que ela entenda que não está sozinha e que sempre estaremos lá para apoiá-la.
