O vizinho ameaça denunciar a mãe de uma criança autista: "Canta e ri alto demais!"

por Roberta Freitas

31 Maio 2021

O vizinho ameaça denunciar a mãe de uma criança autista: "Canta e ri alto demais!"
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As crianças não se tocam. Embora nossos filhos possam ter personalidades vivazes, não está absolutamente escrito em lugar nenhum que eles devam ser repreendidos de maneira ruim por estranhos porque talvez sejam muito barulhentos ou perturbem involuntariamente a tranquilidade da vizinhança. Imagine então se estão envolvidas crianças com "necessidades especiais", que nem mesmo percebem que podem incomodar alguém...

via Marta R.S./Twitter

A mãe de um menino de 15 anos desabafou no Twitter, onde contou aos usuários sobre a experiência ruim que teve e continua tendo com um de seus vizinhos. O nome dela é Marta, o adolescente se chama Edu e é um menino autista que, como diz a mulher, “é uma criança presa no corpo de um gigante”.

A mãe diz que Edu gosta de cantar músicas natalinas a plenos pulmões o dia todo e adora dar uma gargalhada na frente da TV na companhia de seus filmes e desenhos que vê mil e mil vezes seguidas; uma atitude de Edu, que aparentemente não ia bem a um dos vizinhos de Marta...

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Wikimedia/Not The Actual Photo

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Como conta a mulher no Twitter, um de seus vizinhos não só reclamou que o garoto de 15 anos ri e canta alto, mas que se ela não tentasse fazer o adolescente parar de gritar e berrar,, ele faria uma reclamação e chamaria os policiais. Obviamente Marta ficou furiosa, zangada mas também muito desanimada com o aviso do vizinho: será que neste mundo já não existe compreensão, empatia por situações complicadas como a que Edu vive todos os dias?

"O que devo fazer, tenho que trancar meu filho? Realmente, como pessoa e como mãe, estou horrorizada ao ver que existem tão poucas pessoas humanas. Como alguém pode dizer à mãe de uma criança com necessidades especiais que ela viu crescer, que "não se importam com a minha vida e com meu filho?"

Pixabay/Not The Actual Photo

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As palavras exaustas desta mãe terminam com um comovente aviso que nos faz refletir por um momento: “cansei de passar a vida pedindo desculpas por ter um filho especial. Eu e ele vivemos em paz, ousaria dizer que somos felizes. É demais pedir tolerância, sensibilidade, um sorriso amável? Até um silêncio, mesmo que condescendente, é suficiente para mim".

É muito difícil não se posicionar e ser solidário com esta mãe e seu filho, mas certamente o pedido do vizinho, talvez um pouco grosseiro, poderia ser o ponto de partida para uma reflexão mais ampla: na sua opinião, ele fez bem apesar de tudo a pedir à mãe de Edu um pouco de “silêncio”?

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