Síndrome da cabana: quando se sente angústia ao sair de casa

por Roberta Freitas

06 Maio 2020

Síndrome da cabana: quando se sente angústia ao sair de casa
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Quando você se acostuma, mesmo à força, a ficar dentro de casa com medo de que a tempestade lá fora possa influenciar de alguma forma, você corre o risco de, com o tempo, ficar muito bem dentro das paredes do seu lar; se existe um perigo invisível do lado de fora, é lógico imaginar nosso cérebro reagindo a esse inimigo com uma sensação de terror, medo, desconfiança. E, por outro lado, dentro de casa temos tudo o que precisamos...

via Psychology Today

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Com as medidas restritivas de quarentena por conta do Covid-19 diminuindo em muitas partes do mundo, muitos de nós sentirão uma estranha sensação de confusão e medo quando finalmente puder sair de casa; o maior sentimento que teremos, e que todos nós estamos vivendo mais ou menos em nossa alma, é que, em geral, em casa nesses dois meses, nós ficamos bem, tínhamos tudo o que precisávamos. É claro que saíamos para fazer compras, ir à farmácia ou por motivos urgentes, mas foi em casa que nos sentimos protegidos esse tempo todo.

Sim, porque no final, com o passar do tempo fechado dentro de nossas paredes, a casa parecerá uma gaiola dourada, uma cabana cheia de todas as oportunidades e bens essenciais; ainda existe o risco de ser infectado do lado de fora, por isso vale a pena ficar em sua própria casa por mais um pouco.

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Existe um nome para esse distúrbio psicológico muito comum e muito frequente, especialmente em um período tão delicado como o que vivemos: é chamado de "síndrome da cabana" e foi analisado pela primeira vez pela psicologia no início dos anos 1900, quando alguns caçadores ou garimpeiros dos Estados Unidos se retiravam por longos períodos dentro de suas cabanas, esperando a estação quente voltar para poder continuar o trabalho; o resultado, porém, foi o de maior desconfiança em relação ao exterior, angústia do contato social, preferência pelo isolamento da sociedade; uma síndrome semelhante que já havia sido identificada nos faroleiros.

De fato, além de medo, angústia, dormência nos braços e pernas, longos cochilos e dificuldade em sair da cama pela manhã, a síndrome da cabana é inconfundível, porque se tem muito medo de sair pela porta da frente. Por isso, é preciso disciplina, uma espécie de rotina diária e muita auto-análise para tentar sair dessa; é um sentimento mais comum do que parece, mas é um desafio psicológico ao qual todos, neste momento, somos chamados a responder, de uma maneira ou de outra.

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