EUA: entre as matérias da escola volta a caligrafia, uma competência útil substituída pelas formas digitais

por Roberta Freitas

14 Setembro 2019

EUA: entre as matérias da escola volta a caligrafia, uma competência útil substituída pelas formas digitais
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Aqueles que frequentaram as escolas primárias nos anos 70 e 80 lembram bem as horas gastas escrevendo páginas e páginas nos cadernos, e como essa habilidade era então usada diariamente em atividades como o ditado tradicional.

Com o passar dos anos e o advento das tecnologias digitais, a caneta foi substituída pelo teclado, de modo que esse ensino praticamente desapareceu. No Texas, no entanto, a caligrafia voltou a ser reintroduzida na escola como disciplina oficial. Vamos ver o porquê.

via ABC13

Maxpixel

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A iniciativa realmente fez e ainda faz com que alguns pais discutam um pouco, temendo que a educação de seus filhos volte muito no tempo, em um mundo que agora parou de escrever e está limitado à digitação. O uso da caneta é uma atividade muito importante para o desenvolvimento cerebral das crianças, pois é a única maneira de treinar a coordenação olho-mão e criar sinapses essenciais para promover o aprendizado.

O sistema nervoso é mais estimulado com a caneta do que com o teclado e, como se isso não bastasse, escrever da maneira tradicional é crucial para definir as bases da mão dominante, esquerda ou direita. Usando apenas o teclado, o corpo não tem tempo e meios para ativar recursos inatos, olhando para uma tela por muito mais horas do que o necessário ou, de qualquer forma, saudável para um jovem.

Tomar notas com uma caneta ou lápis ajuda a fixar melhor as informações da memória, serve para sincronizar a comunicação entre os hemisférios do cérebro e facilita a expressão natural de habilidades artísticas que podem permanecer ocultas devido ao simples uso de teclas ou tela sensível ao toque.

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woodleywonderworks/Flickr

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O retorno ao passado não é um apego nostálgico e anacrônico à tradição, mas o descobrimento e a reconquista de qualidades preciosas que correm o risco de extinção. A Geração Z ou Millenials são todos relâmpagos em dispositivos digitais, mas às vezes têm dificuldade em escrever seu próprio nome para assinar um documento.

A escrita "clássica" serve para esculpir bem a linguagem e as palavras na mente, algo que não pode ser alcançado com a versão digital, considerando as formas abreviadas e de jargão das mensagens de texto, cada vez mais superadas pelas mensagens vocais, com as quais a escrita está sendo completamente abandonada.

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