Como superar um luto, momento de passagem difícil para entender melhor a vida

por Roberta Freitas

01 Setembro 2019

Como superar um luto, momento de passagem difícil para entender melhor a vida
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Segundo a psiquiatra Elisabeth Kübler Ross, fundadora da psicotropatologia, após a morte de um ente querido, existem cinco estágios: negação, raiva, barganha, depressão e finalmente aceitação.

É um processo cuja duração é subjetiva, que não deve ser acelerada ou julgada, mas apenas destacada naturalmente. O luto é um importante rito de passagem e um precioso momento de crescimento pessoal. 

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Quando alguém que você ama morre, você primeiro tende a negar o acontecido, rejeitando a realidade. Então segue a raiva, você sente raiva pelo que aconteceu. Nesse ponto, chega a fase em que é feita uma tentativa de dar uma explicação, motivando o que aconteceu como consequência de algo que já havia sido anunciado.

Então é a vez da tristeza, do desespero, o momento em que se cai em um profundo estado de prostração, no qual nada parece fazer sentido e que é preenchido pelo doce sabor das memórias e pelo gosto amargo dos projetos que nunca serão concluídos. 

Cada indivíduo tem maneiras e o seu próprio tempo para passar de uma fase para outra, e geralmente é o último, o da depressão, o mais difícil de superar. Esse momento é, de fato, uma espécie de limbo em que alguém permanece porque tem a ilusão de manter uma pequena parte da pessoa que se foi dentro e fora de si. Não devemos nos forçar, mas, mais cedo ou mais tarde, temos que reagir e ir em frente, por nós e pelos outros. 

Quem deixa este mundo pode fazê-lo lenta ou repentinamente e, em ambos os casos, não há maneira melhor ou pior. Quem sabemos que está doente, talvez tenha mais tempo para resolver as coisas pendentes, dizer e ouvir o que nunca foi dito, perdoar, receber perdão ou até perdoar a si mesmo. Se a transição for inesperada, a sensação de vazio é mais forte porque não dá tempo para perceber o que está acontecendo. Por isso, sempre e em qualquer caso, nunca adie o que você quer fazer ou dizer.

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Portanto, o luto não é apenas um procedimento de transição necessário, mas também o momento em que se pode aprender a lição mais importante de todas: a vida está passando e é preciso lembrar sempre de vivê-la sem remorso e arrependimento. A aceitação é precisamente a fase que coincide com o renascimento, com a consciência da própria condição de existência precária, enquanto se desenvolve uma imensa gratidão por cada segundo recebido e por todos aqueles que ainda estão por vir.

Nesse ponto, talvez o fim comece a nos dar menos medo, como algo que está nos esperando desde o momento do nosso nascimento, não implacável, mas justo. Quando o dia da partida chegar para todos, quanto maior o amor pela vida, menor será o medo da morte.

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