Uma criança obediente nem sempre é uma criança feliz

por Roberta Freitas

28 Agosto 2019

Uma criança obediente nem sempre é uma criança feliz
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Na educação das novas gerações, existem conceitos e estratégias muito diferentes que podem ser confundidos, mais ou menos deliberadamente, porque visam alcançar os mesmos efeitos, embora com caminhos e métodos diferentes. Você pode ser ouvido por uma criança sendo autoritário ou se fazendo respeitar, exceto que, no primeiro caso, focamos apenas no resultado, sem pensar no preço que a criança paga em termos de bem-estar e desenvolvimento saudável da personalidade.

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Nem sempre a criança mais quieta e mais obediente é também a mais feliz, na verdade, às vezes, a excessiva condescendência, a submissão e a docilidade são sintomas de algo que foi reprimido e bloqueado por muito tempo. Educar as crianças é uma tarefa muito difícil e complexa, e cometemos muitos erros. Muitos pais exageram por padrão, dando muita liberdade e sendo extremamente permissivos, sem mostrar quais são os limites entre o que é certo ou errado, entre o que é permitido ou proibido.

Já no lado oposto, existem mães e pais que são muito rígidos, que buscam apenas obediência, convencidos de que esse é o caminho certo para criar filhos capazes de se comportarem adequadamente. No entanto, existe uma grande diferença entre a obediência cega e a obediência inteligente. O primeiro é desmotivado, consistindo apenas numa manifestação de poder, na ostentação de um papel e regras que não devem ser discutidas ou compreendidas. O segundo é o resultado do diálogo e da comunicação, é um processo que visa fazer com que a criança compreenda a razão de ter que assumir determinadas atitudes em determinadas situações, para que ela se sinta um protagonista ativo em seu caminho para a vida adulta.

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Obediência cega é um atalho muito sedutor, porque é mais fácil e tem efeitos mais rápidos. Obediência inteligente requer maior comprometimento emocional, empatia, até mesmo confronto, e é certamente mais "cansativo". Com o mesmo investimento, tanto em termos de tempo como em termos de recursos emocionais, essa última, no entanto, retribui amplamente, já que o indivíduo, naturalmente introvertido ou extrovertido, pode se expressar completamente, e sua personalidade pode emergir livremente sem ser sufocada.

As crianças, mesmo as menores, têm a capacidade de entender o motivo de indicações específicas, na verdade, elas querem saber exatamente tudo, porque têm fome de informações. A obediência inteligente também contempla as fases de rebelião, que são essenciais para construir o caráter de alguém. Esse tipo de educação produz indivíduos mais saudáveis e mais serenos, porque não são criados com medo, mas internalizam e metabolizam as regras da vida social.

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