A romântica lenda do nascimento das tulipas, a flor da primavera e do amor
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Originária do Oriente Médio, a tulipa se espalhou pela Turquia em meados de 1500. Lá, foi descoberta pelo embaixador austríaco que a levou a Viena, de onde chegou em Paris e finalmente na Holanda, tornando-se um verdadeiro business. A beleza particular da flor combinada com a novidade do momento fez com que a tulipa se tornasse em muito pouco tempo a mais amada e requisitada pelas nobres de toda a Holanda e depois de toda a Europa.
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No início de 1600, o espécime tornou-se um dos principais produtos de exportação dos Países Baixos, a ponto de ser o protagonista da famosa "bolha de tulipas", o primeiro evento especulativo documentado na história do capitalismo. A flor também está ligada a uma triste história contada na famosa coleção de contos de "As Mil e Uma Noites".
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A lenda conta a história de um jovem chamado Shirin e sua amada e bela Ferhad, uma paixão maravilhosa, no entanto, destinada a morrer prematuramente. Um dia, Shirin partiu em busca de fortuna, deixando sua noiva, na esperança de voltar rico. A garota esperou muito tempo, os anos se passaram, mas Shirin não retornou. Destruída pela dor e pela saudade, Ferhad decidiu ir em busca do seu amado, mas durante a sua viagem através do deserto, por causa do cansaço e da fadiga, ela desmaiou e caiu sobre as pedras afiadas.
Cansada pela longa viagem e enfraquecida pelos ferimentos graves, Ferhad começou a chorar em desespero, porque ela sabia que não iria sobreviver e nunca mais iria ver seu amado Shirin. Suas lágrimas se misturavam com sangue, caindo gota após gota na terra seca do deserto, transformando-se em magníficas flores vermelhas, as tulipas. Desde então, toda primavera, aquelas flores voltam a florescer para lembrar aquele amor infeliz.
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Existem outras lendas em torno dessa flor mágica e misteriosa. Uma delas fala do sacrifício de um jovem que se matou pela dor do amor não correspondido, e as tulipas nasceram do seu sangue. Segundo outra história, as tulipas são as flores que as odaliscas expulsaram dos jardins do harém, dedicando-as aos seus verdadeiros amores perdidos. Finalmente, parece que a tulipa é também a flor que o marajá lançou a uma das muitas concubinas do harém para indicar a escolhida que teria a honra de passar a noite com ele. De qualquer forma, uma coisa é certa: a tulipa sempre foi e ainda é hoje a flor do amor.