Conter as próprias emoções faz mal para o corpo e para a mente

por Roberta Freitas

15 Fevereiro 2019

Conter as próprias emoções faz mal para o corpo e para a mente
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Algumas pessoas têm uma tendência a reter suas emoções, para evitar que qualquer manifestação autêntica de si próprio seja clara e vergonhosamente revelada ao resto do mundo.

Muitas vezes, alguém tem medo do impacto que as emoções reais podem ter sobre os outros: elas vão escapar, vendo nossas lágrimas? Vamos ficar sozinhos, se desabafarmos nossa raiva? Seríamos ridicularizados se expressássemos nosso amor? O medo da solidão e o medo de não ser amado são maiores. 

Mas - seja por raiva, alegria, rancor ou tristeza - acabamos aprisionados dentro dos sentimentos que não expressamos, até que um dia ficamos aprisionados nos nossos medos. 

via time.com

 Gabriel Matula/unsplash

Gabriel Matula/unsplash

Podemos nos iludir que, ao não expressar nossos próprios estados mentais, essas tempestades emocionais passarão por si só; a realidade é que ao invés disso eles se transformam em furacões silenciosos, que com o tempo varrem o que somos, nos deixando vazios. Uma condição emocional que se filtra através das fibras do nosso corpo, nos deixando doentes. 

De fato, de acordo com vários estudos, reprimir os impulsos emocionais diminui as habilidades de resolução de problemas, bem como a memória de experiências emocionalmente significativas; no entanto, isso leva ao desenvolvimento de pessimismo e depressão, e uma certa associalidade. Uma pesquisa da Universidade de Stanford mostrou que permanecer impassível diante de imagens repugnantes desencadeia fortes reações de estresse. No mesmo caminho, outro estudo identificou um risco cinco vezes maior de morte em indivíduos que tendem à negatividade e à repressão de suas emoções. 

 

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 Kyle Glenn/unsplash

Kyle Glenn/unsplash

O pior aspecto dessa atitude auto-repressiva não é tanto o fato de que ficamos doentes, mas sim que não vivemos: se alguém não se mostra ao mundo pelo que realmente é, então o mundo não a verá. Nossa alegria, nossa dor, aborrecimento e amor por certas coisas e pessoas, assim como a forma como comunicamos nossa emotividade, nos tornam o que somos - únicos.

Além disso, o fato de nos libertarmos do que se agita dentro de nós nos impede de dar lugar ao novo, isto é, de acolher a mudança, que é a própria essência da vida.

Então, não vamos segurar a raiva, mas vamos aceitar isso; nós vamos reter o choro, porque ele molha nosso coração, dando-lhe nova energia; não vamos segurar as emoções, porque elas nos falam da nossa alma. Vamos nos expressar em todos os momentos e saborear a nossa vida nesta terra.

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