As raízes psicológicas do vício do fumo, que vão muito além da dependência da nicotina

por Roberta Freitas

01 Fevereiro 2019

As raízes psicológicas do vício do fumo, que vão muito além da dependência da nicotina
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Para quem fuma, a lembrança do primeiro cigarro não costuma ser agradável: foi uma sensação de ardor na garganta, um cheiro e sabor forte e azedo.

No entanto, depois do primeiro se seguem tantos outros cigarros e o vício começa; um vício que vem da nicotina, um alcalóide que aumenta os níveis de dopamina - o hormônio do prazer e da recompensa - no cérebro. Com o tempo, para estimular a mesma quantidade de dopamina, mais e mais doses de nicotina são necessárias - e aqui você começa a fumar muito.

Às vezes, no entanto, as causas psicológicas por trás desse vício são mais importantes que as bioquímicas.

via lamenteesmaravillosa.com

 Riccardo Fissore/Unsplash

Riccardo Fissore/Unsplash

As pessoas muitas vezes começam a fumar durante a adolescência: o tabaco, na verdade, como o álcool, é uma substância psicoativa legal, facilmente adquirida - independentemente da idade - a um bom preço e, acima de tudo, proibida pelos adultos. Daqui deriva parte do seu charme aos olhos dos jovens. De acordo com um estudo realizado pela Scientific Psychic, estas são as razões que levam as pessoas a começar a fumar:

  • desafiar o mundo adulto;
  • ser aprovado pelo grupo;
  • afirma-se como um "adulto";
  • reafirmar sua independência;
  • imitar outra pessoa;
  • perder peso.

A psicanálise, então, destacou aspectos inconscientes inerentes ao ato de fumar, descrito como "sintoma oral", sinal de regressão à infância. Em particular, lembra uma maneira pela qual a mãe costumava gratificar a criança, apaziguando sua ansiedade com a comida. Outros estudos equiparam o tabagismo com uma maneira de "manter" aspirações e desejos, uma espécie de resposta à frustração.

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Bongani Ngcobo/unsplash

Bongani Ngcobo/unsplash

É verdade que o tabaco era conhecido e usado por muitas culturas ancestrais, que no entanto o consideravam uma planta sagrada: consequentemente recorreriam a ele em ocasiões cerimoniais, para explorar seus efeitos positivos no cérebro - estimulação da memória, aceleração do pensamento e estabilização do humor. Hoje, porém, nas sociedades modernas, o tabaco é um bem de consumo, que - como todos os outros - quanto mais se usa, melhor e, dada a sua capacidade de gerar dependência, é bastante lucrativo para as empresas que o comercializam.

Uma coisa é certa: quando as motivações psicológicas que levam ao tabagismo desaparecem, é possível superar facilmente a dependência da nicotina. É tentar - parar - para acreditar. ;)

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