Um homem ofende um jovem com deficiência no trem: depois se arrepende e pede desculpas a todos
Podemos apenas imaginar a vida difícil dos passageiros que todas as manhãs têm que pegar um trem que os leve para o trabalho e depois de volta para casa. Lidar com atrasos imprevistos, veículos cada vez mais lotados todos os dias e um roteiro rígido não é nada fácil.
E a complicar a vida do viajante é a grosseria, a arrogância: e infelizmente, nestes tempos, não é raro encontrar pessoas assim.
Leia o que aconteceu em um trem regional: o que poderia se transformar na enésima discussão, acabou tendo um final muito diferente.
via repubblica.it
A história foi contada em um post no Facebook por um homem que estava no trem e viu o que aconteceu.
Eu estou em um trem regional, estou indo para a apresentação do meu livro, do lado de fora uma chuva oblíqua cai contra as janelas. O trem para em uma estação cujo nome eu não consigo ler, um rapaz com deficiência sobe no trem, o levantam em três. O jovem está em uma cadeira de rodas e tem o torso inclinado para a frente por uma evidente malformação. O espaço do vagão reservado para cadeiras de rodas é ocupado por duas malas pesadas, então o funcionário do trem diz em voz alta: "De quem são essas bagagens?!" sem receber uma resposta, então ele grita:"DE QUEM SÃO ESTAS MALAS?!" e, de repente, um homem de cerca de cinquenta anos se vira, o inspetor o vê e o intima: "Tire-as daqui imediatamente, por favor".
O homem de cinquenta anos se levanta, vai pegar as malas, mas reclama para o funcionário que é um absurdo, que no trem a sua bagagem não entra no compartimento especial que não sabe onde deve colocá-las. O rapaz deficiente, enquanto amarra a cadeira de rodas com as alças, olha para o homem sem dizer nada, não entendo se a sua deficiência o impede de falar ou se está simplesmente cansado, daquele tipo de cansaço de quem, infelizmente, está habituado a assistir a reações como essa.
O funcionário se aproxima do homem, diz-lhe que, uma vez que os vãos são pequenos, se ele quiser, pode colocar suas malas nos dois lugares vazios à sua frente. É nesse ponto que o homem deixa escapar uma frase, em voz baixa.
*Por que esse tipo de pessoa não fica em casa ao invés de andar por aí?*.
Eu e uma senhora de uns setenta anos ouvimos. Eu estou tentando respirar fundo porque estou pensando seriamente em levantar e colocar minhas mãos nele. A senhora se levanta, se vira, fica em pé diante do homem e lhe diz:
"O senhor que deveria se envergonhar, por que você não fica em casa ao invés de sair por aí e nos forçar a ouvir um absurdo desses?"
O homem olha para a mulher de cima a baixo com a expressão de uma criança que acaba de ser repreendida por sua mãe.
Estou prestes a intervir e aumentar a dose quando: "A senhora está certa", diz o homem de repente. "Desculpe-me, desculpem-me todos, estou muito cansado e eu realmente exagerei."
Um momento depois, o homem se levanta, vai até o deficiente, para na frente dele.
"Sinto muito", ele diz, "sou um imbecil".
O jovem olha para cima.
"Tranquilo", responde. "Dessa "doença", se você quiser, pode se curar".
O homem parece surpreso com a resposta, em seu rosto se abre um sorriso, o garoto sorri também. Eles se apresentam e começam a conversar.
O nome do garoto é C., é engenheiro de TI.
O homem se chama S., é um metalúrgico.
Eles não vivem nem a dez quilômetros um do outro e nunca se encontraram. Mas hoje eles se "viram", o que me parece ser uma coisa muito importante.
Eu olho pela janela, ouço suas histórias de forma intermitente, acho que esta situação poderia ter terminado de muitas maneiras diferentes e, ao invés disso, eu apenas testemunhei um pequeno milagre. E isso me lembra que, para aproximar os seres humanos seriam suficientes, quase sempre, apenas três coisas: um pontapé na bunda no momento certo, a capacidade de pedir desculpas e um sorriso recíproco.
Seria o suficiente, na verdade.
Seria o suficiente para lembrar disso.