Uma mulher pediu ajuda depois da morte de uma amiga: a resposta de um senhor idoso foi comovente
As circunstâncias em que um ente querido pode nos deixar influencia na maneira como nos adaptamos à sua ausência. Aceitar isso e não deixar que nos impeça de desfrutar plenamente da nossa existência é uma das coisas mais difíceis que a vida nos pede para fazer. Então, há perdas que são inevitavelmente mais dolorosas do que outras, aquelas que, mesmo depois de muito tempo, quando parecíamos ter recuperado a estabilidade, nos atingem novamente com uma frieza inaudita, fazendo-nos cair e nos perguntar "por quê?"...
Uma mulher resolver fazer essa pergunta nas redes sociais e uma das respostas chamou a atenção de todos...
A mulher chorava pela perda de uma amiga querida e, desesperada, resolveu perguntar para uma comunidade online que costuma usar dizendo simplesmente: "Minha amiga se foi e eu não sei o que fazer".
Muitas pessoas responderam, inclusive um homem mais velho, que foi capaz de formular um pensamento que conquistou todos os leitores ...
"Então aqui estamos ... Eu sou velho e isso significa que enquanto eu ainda estou aqui, muitas das pessoas que eu amei se foram.
Perdi amigos, conhecidos, colegas de trabalho, parentes próximos e distantes, professores, vizinhos e muitas outras pessoas. Não tenho filhos e por isso não consigo imaginar o que significa ver um deles morrer. Apesar disso, aqui está o que tenho a dizer ...
Eu gostaria de poder dizer que no final você se acostuma. Eu nunca consegui e estou feliz com isso. Toda vez que alguém querido morria, eu sentia algo sendo arrancado de mim, independentemente das circunstâncias. Mas eu não quero esquecer, não quero que seja algo que passe em breve. Minhas cicatrizes são um testamento de amor aos relacionamentos que eu tive com as pessoas e se a cicatriz é profunda é porque essa relação era profunda, então eu guardo com gratidão aquela dor.
Os sinais que essas perdas deixam em nós são nosso legado de vida, a prova de que nós amamos profundamente, nos feridos, sentimos dor e ainda assim somos capazes de amar novamente.
Com o passar do tempo, entendemos que a dor é como as ondas: quando o barco do nosso coração se perde pela primeira vez, nos sentimos como se estivéssimos afogando, cercados pelos restos de nós mesmos. Tudo o que flutua nos lembra a beleza e magnificência que caracterizava o nosso barco, enquanto tudo o que você pode fazer é tentar se manter à tona. De vez em quando você encontra alguns pedaços do naufrágio e você se apega: às vezes, um objeto, por vezes, uma memória, ou mesmo uma pessoa que, assim como você, nada no desespero.
No começo as ondas são muito altas e te derrubam sem piedade. Elas se seguem uma após a outra, sem lhe dar descanso. Eles chegam a cada 10 segundos e nesse intervalo você não pode nem respirar. Tudo o que você pode fazer é tentar se manter à tona. Depois de um tempo, pode levar semanas, meses ... você perceberá que as ondas ainda estão muito altas, mas o que muda é a frequência com que elas cheguem; ainda são violentas, ainda ameaçam te afogar, mas o tempo entre elas lentamente se expande e você pode voltar a respirar. Existe vida entre as ondas.
Até que um dia, para sua surpresa, você perceberá que, de quinze metros, essas ondas de dor passaram a ter dez ou cinco metros. Elas vão continuar chegando, mas você irá vê-las de longe: um aniversário, uma data especial, uma festa... Você os vê chegando e tem a possibilidade de se preparar para que, quando baterem em você, consiga se concentrar no fato de que você ressurgirá de qualquer maneira. Encharcado, chateado e ainda procurando uma posição segura, mas você vai sair dessa.
Ouça as palavras de um velho homem: as ondas nunca cessam e, de alguma forma, você não quer que elas parem de chegar. Você simplesmente aprenderá que pode sobreviver. Outras ondas virão e você sobreviverá a elas também. Se tiver sorte, um dia você se verá coberto por tantas cicatrizes e cercado por muitos destroços: só então você entenderá que amou muito e muito intensamente".